Pergunta: Consideram os Mórmons a Bíblia como indigna de confiança?

Índice

Pergunta: Consideram os Mórmons a Bíblia como indigna de confiança?

O ponto de vista de antigos líderes da Igreja SUD a respeito de inerrância e traduções bíblicas pareceria tradicional à maioria das pessoas atualmente

Alega-se que os líderes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias diminuem o valor Bíblia como sendo indigna de confiança.

Será que os santos dos últimos dias destratam a Bíblia? Será que eles a criticam? Não mais do que a maioria dos estudiosos da Bíblia.

O ponto de vista de antigos líderes da Igreja SUD a respeito de inerrância e traduções bíblicas pareceria tradicional à maioria das pessoas atualmente. Somente aqueles que rejeitam completamente uma moderna crítica textual bíblica, iria encontrar nos líderes SUD uma posição radical ou maléfica. Na verdade, muitas crenças SUD estão em comum acordo com muitas outras denominações cristãs. Aqueles que difamam crença LDS neste ponto, tendem a ser extremo no tocante a infalibilidade das Escrituras, e também rejeitar um credo moderno e um ponto de vista erudito ortodoxo.

Os Santos dos Últimos Dias acreditam que a Bíblia é verdadeira. É inspirada e inspiradora, tendo sido inspirado por Deus e escrito por profetas, apóstolos e discípulos de Jesus Cristo.

Em 1979, a Igreja produziu sua própria versão da Bíblia do Rei Tiago, com um conjunto de notas de rodapé e referências cruzadas, bem como notas de tradução para auxilio no estudo

Antes dessa publicação, a Igreja adquiriu a maior parte de sua Bíblia do Rei Tiago da Universidade de Cambridge Press. Isso soa como uma organização que está usando a Bíblia como um mero truque para relações públicas? Se for assim, milhões de membros nunca foram informados. A Igreja e seus membros têm um profundo amor e apreço pela Palavra de Deus, encontrada na Bíblia.

A afirmação ousada que os LDS não valorizam a Bíblia chega a ser cômica. Não há apresentação de estatísticas, mas apenas alegações anedóticas que em primeiro lugar, os membros SUD não leem a Bíblia e não estão familiarizados com ela, e segundo, que constantemente ouvem de seus líderes que a Bíblia é menos confiável.

Em uma pesquisa publicada em Julho de 2001, Barna Research Group, Ltd. (BRG) fez as seguintes observações:

O estudo também revelou que quase metade de todos os adultos protestantes (54%), leem a Bíblia durante uma semana típica. Barna indicou que os Mórmons são mais propensos a lerem a Bíblia durante uma semana do que são protestantes - embora a maioria dos Mórmons não acreditam que a Bíblia é a autoridade da Palavra de Deus. [1]

BRG não é afiliada a Igreja SUD, nem a Igreja SUD está envolvida na pesquisa. Os membros da Igreja também não classificariam a sua fé desta forma. Eles de fato, consideram a Bíblia como autoridade e palavra de Deus. No entanto, a pesquisa indicou que eles certamente não leem a Bíblia de forma consistente. Além disso, ao longo de dois anos em cada quatro anos, cada membro da Igreja é convidada a ler e estudar o texto completo da Bíblia como parte do currículo da Escola Dominical da Igreja. A pedido de quem? Dos líderes da Igreja SUD.

Estudo Inicial da Igreja em línguas bíblicas

Um dos eventos muitas vezes negligenciado na história SUD, aconteceu em 1836, quando Joseph Smith organizou com um professor do hebraico aulas de Hebraico para os membros Igreja em Kirtland Ohio. Os membros da Igreja já vinham estudando a língua Hebraica, tendo comprado algumas literaturas sobre gramática, uma Bíblia Hebraica, um dicionário, além de tenntarem contratar um professor. O estudioso hebreu que veio foi Joshua Seixas. Ele passou várias semanas instruindo muitos dos membros da Igreja em Hebraico.[2] Poderíamos perguntar, o porquê do interesse em Hebraico? E em resposta: É claro que era para ser capaz de nas palavras do Papa Pio XII: "explicar o texto original que, tendo sido escrito por inspiração do autor, teria mais autoridade e maior peso do que qualquer tradução, por melhor que seja, tanto antigo ou moderno”.

O que isso mostra é que não só foram os primeiros Santos dos Últimos Dias conscientes dos desafios associados com a Bíblia, mas que eles eram tão interessados em voltar ao idioma original e os textos originais (se possível), como foi o resto da cristandade que estavam cientes dessas discrepâncias. Apesar das afirmações infundadas dos críticos ao contrário, nunca houve um líder da Igreja que já sugeriu que a Bíblia não era adequada para o estudo e para a aprendizagem do Evangelho, devido a eventuais lacunas que possam ter.

O Livro de Mórmon sobre a Bíblia

Críticos costumam discutir duas das declarações de Néfi a respeito da Bíblia como se encontra no Livro de Mórmon. A perspectiva de Néfi é que para os Santos dos Últimos Dias moderno: A Bíblia contém a verdade de Deus. No entanto, ainda é o trabalho dos homens e é tão confiável quanto os homens que escreveram, traduziram e copiaram.

É interessante que o próprio Livro de Mórmon começou a ser visto como um testemunho da crítica textual Bíblica. A origem teórica crítica do Antigo Testamento divide a história de Davi e Golias em dois registros separados que foram mais tarde incorporados na história comum que nós temos hoje.[3] Os estudiosos acreditam que estas duas tradições representam uma fonte anterior e uma fonte futura. Uma das evidências primárias para este argumento é o fato de que parte do material adicionado está em falta a partir da Septuaginta (LXX). Em um documento apresentado na Conferência FAIR 2001, Benjamin McGuire apresentou provas de que Néfi, acrescentou a partir da história de Davi e Golias, e contou com um texto que não tinha sido adicionado ao material. [4] Esta estaria em harmonia com o conhecimento atual do Antigo Testamento, o que indica que este material foi adicionado ao tempo do cativeiro na Babilônia, e certamente depois que Néfi havia deixado Jerusalém com suas placas de latão.

Notas

  1. The full survey, entitled "Protestants, Catholics and Mormons Reflect Diverse Levels of Religious Activity," can be found at the Barna Web site at www.barna.org.
  2. Talvez até 120 membros da Igreja SUD estudaram sob Seixas enquanto ele estava em Kirtland.
  3. Veja, por exemplo, Emmanuel Tov, "The Composition of 1 Samuel 16-18 in the Light of the Septuagint Version," em Jeffrey H. Tigay, Empirical Models for Biblical Criticism (Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1985), 97-130.
  4. Benjamin McGuire, "Nephi and Goliath: A Reappraisal of the Use of the Old Testament in First Nephi" (text), or video.