Joseph Smith/Poligamia/Esposas plurais/Helen Mar Kimball/As circunstâncias de seu casamento plural

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Índice

As circunstâncias do casamento de Helen Mar Kimball com Joseph Smith Junior.

O Profeta disse..."que o (casamento plural) condenaria ainda mais pelo fato de haver tantos homens sem princípios que tirariam vantagem disso, mas isso não provaria que ele não era um princípio puro. Se Joseph tivesse tido qualquer desejo impuro ele poderia tê-lo saciado na maneira do mundo com muito menos perigo para sua vida e para o seu caráter, ao invés de fazer como ele fez. O Senhor o ordenou a ensinar e a praticar aquele princípio".

—Helen Mar Kimball Whitney, Letter to Mary Bond, n.d., 3-9 quoted in Brian Hales, Joseph Smith's Polygamy: History, Vol. 1, 26-27. off-site


É dito que Helen Mar Kimball

“esperava que seu casamento com Joseph Smith” fosse uma cerimônia “apenas para a eternidade”, não um casamento de fato que envolvesse relação física. Quão surpresa ela não ficou ao descobrir que “ ele (o casamento) era para o tempo também”: uma união física na idade de quatorze anos com um homem de trinta e sete anos.[1]
  • Foi o casamento de Joseph Smith e Helen uma forma de “pedofilia”?


Joseph realmente foi selado a Helen Mar Kimball quando ela tinha 14 anos, e foi a pedido de seu pai. De acordo com Helen:

Meu pai foi o primeiro a apresenta-lo a mim, o que teve um efeito similar a um rápido impacto de um pequeno terremoto. Quando ele percebeu (após o primeiro sentimento de desgosto pela suposta ofensa) que eu o recebi de forma humilde, na primeira oportunidade ele apresentou-me a Sarah Ann (Whitney) como esposa de Joseph.
- Helen Mar Kimball Whitney, 1828-1896, Autobiografia (c. 1839-1846), “Life Incidents”, Woman´s Exponent 9-10 (1880-1882) e “Scenes and Incidents in Nauvoo”, Woman´s Exponent 11 (1882-83)) off-site

Helen continuou a viver com seus pais após o selamento. Após a morte de Joseph, Helen casou-se e teve filhos.

Diferentemente de hoje em dia, era aceitável ser selado a uma pessoa para a eternidade enquanto casado com outra pessoa para o tempo. No entanto, não é sabido se este foi o caso com Helen.

Não há, apesar das insinuações dos críticos, evidência alguma de que o casamento de Helen Mar Kimball tenha se consumado. A consumação não teria sido inapropriada já que eles haviam se casado, mas os críticos ficam ansiosos demais para encontrar problemas mesmo quando não há nenhuma evidência. Helen teve sim algumas frustrações – estas em sua maioria envolvendo o fato de ter tido menos liberdade para participar de festas e eventos sociais, não ao fato de ter se unido fisicamente a um marido mais velho.

No entanto, Helen mais tarde enxergou o desgosto de sua juventude como inapropriado e insistiu que ela fora protegida e abençoada por ter sido esposa de um casamento plural, mesmo que ela não o tivesse percebido na época.

Deixemos que Helen fale por si mesma:

Eu não busquei esconder o fato de que isto fora uma provação, confesso que foi uma das mais severas da minha vida, mas que também se mostrou como uma das maiores bênçãos. Eu poderia verdadeiramente dizer que foi o que mais me ajudou a me tornar uma Santa e uma mulher livre, em todos os sentidos da palavra; e eu conheci muitas outras que poderiam dizer o mesmo, e a quem provou-se ser uma das maiores bênçãos – uma “bênção camuflada”. [2]

O uso do termo “pedofilia” por críticos tende a gerar uma resposta emocional negativa no leitor. Não há evidência alguma que Helen tenha coabitado ou tido relações sexuais com Joseph Smith. Pedofilia descreve relações sexuais com crianças. Não há evidência alguma de que Joseph tenha sido um pedófilo.

Perguntas e respostas detalhadas


Críticos geralmente não revelam que suas fontes concluíram que o casamento de Helen com Joseph Smith não fora consumado, eles preferem ao invés disso mostrar que o mero fato de um homem de 37 anos ter se casado com uma menina de 14 já é evidência suficiente de que houve relações sexuais e pedofilia. Por exemplo, George D. Smith citou Compton sem divulgar seu ponto de vista,[3] cita Compton, mas ignora que o próprio Compton argumenta que “não há absolutamente evidência alguma de que houve qualquer relação sexual no casamento, e eu sugiro que, seguindo a prática posterior em Utah, não deve ter havido nenhuma sexualidade. Todas as evidências apontam para este casamento como um casamento principalmente dinástico”.[4] mpare com Smith, Nauvoo Polygamy, 198-202, 302, 362 e Compton, In Sacred Loneliness, 14.)</ref> Stanley Kimball sem divulgar que ele acreditava que o casamento não havia sido consumado.[5]

Poema

Mais tarde em sua vida, Helen escreveu um poema intitulado “Reminiscences”, ou em português “Reminiscências”. Ele é frequentemente citado pelos críticos, lemos:

I thought through this life my time will be my own
(Pensei que nesta vida, meu tempo seria meu)
The step I now am taking's for eternity alone,
(O passo que agora tomo, é sozinha para a eternidade)
No one need be the wiser, through time I shall be free,
(Ninguém precisa ser o mais sábio, com o tempo eu me libertarei)
And as the past hath been the future still will be.
(E assim como fora no passado, no futuro assim também será)
To my guileless heart all free from worldly care
(Ao meu coração inocente totalmente livre dos cuidados do mundo)
And full of blissful hopes—and youthful visions rare
(E cheio de esperanças de alegria – e raras visões da juventude)
The world seamed bright the thret'ning clouds were kept
(O mundo parecia brilhante, as nuvens ameaçadoras permaneceram..)
From sight, and all looked fair but pitying angels wept.
(..a vista, e tudo parecia justo, mas anjos com compaixão choraram)
They saw my youthful friends grow shy and cold.
(Eles viram meus jovens amigos crescerem tímidos e frios)
And poisonous darts from sland'rous tongues were hurled,
(E dardos envenenados de línguas caluniosas foram lançados,)
Untutor'd heart in thy gen'rous sacrafise,
(Corações sem educação, em seu sacrifício generoso)
Thou dids't not weigh the cost nor know the bitter price;
(Tu não pesastes o custo nem soubestes o preço amargo)
Thy happy dreems all o'er thou'rt doom'd alas to be
(Teus sonhos felizes se acabaram, infelizmente estás fadada)
Bar'd out from social scenes by this thy destiny,
(Afastada da vida social por seu destino)
And o'er thy sad'nd mem'ries of sweet departed joys
(E sobre suas lembranças tristes de doces alegrias perdidas)
Thy sicken'd heart will brood and imagine future woes,
(Seu coração doente se remoerá e imaginará futuras lamentações)
And like a fetter'd bird with wild and longing heart,
(E como um pássaro preso, com um coração selvagem e ansioso)
Thou'lt dayly pine for freedom and murmor at thy lot;
(Teu desejo diário por liberdade e tua lamentação por seu destino)
But could'st thou see the future & view that glorious crown,
(Mas tu não poderias ver o futuro e ver aquela gloriosa coroa,)
Awaiting you in Heaven you would not weep nor mourn. [p. 2]
(Esperando-te no Céu, você não choraria nem murmuraria)
Pure and exalted was thy father's aim, he saw
(Puro e exaltado era o desejo de teu pai, ele viu)
A glory in obeying this high celestial law,
(a glória em obedecer a esta elevada lei celestial)
For to thousands who've died without the light
(para milhares que morreram sem a luz)
I will bring eternal joy & make thy crown more bright.
(Eu trarei eterna alegria e farei sua coroa mais brilhante)
I'd been taught to reveire the Prophet of God
(Fui ensinada a reverenciar o Profeta de Deus)
And receive every word as the word of the Lord.
(E a receber cada palavra como a palavra do Senhor)
But had this not come through my dear father's mouth,
(Mas não tivesse isso vindo da boca de meu querido pai,)
I should ne'r have received it as God's sacred truth.
(Eu nunca o teria recebido como uma verdade sagrada de Deus)[6]

A primeira parte do poema expressa a atitude juvenil de Helen. Ela está angustiada principalmente pela perda da vida social e por ideias juvenis sobre romance. Mas, como a própria Helen mais tarde explicou mais claramente em prosa, ela logo se daria conta que sua mágoa juvenil fora desnecessária – ela viu que seu casamento plural a havia, de fato, protegido. “Há tempos que eu aprendi a deixar tudo com Ele, que sabe melhor do que nós o que nos fará felizes,” ela anotou após o poema.[7]

Assim, ela mais tarde escreveria a respeito de sua frustração juvenil pelo fato de ser privada de frequentar uma festa ou um baile:

Senti-me um pouco mal sobre isso, e mesmo sendo um ato muito duro do pai ao deixar o Willian ir e desfrutar do baile sem restrições com outros amigos meus, e me privar, pois nenhuma garota dançava melhor do que eu, eu realmente senti que aquilo era demais para eu suportar. Isto tornou a tediosa escola ainda mais tediosa, e como um pássaro selvagem eu desejava a liberdade que me foi negada; e me considerei como uma criança mal tratada, e que seria perdoável se eu não murmurasse.
Eu imaginei que a minha felicidade havia acabado e lamentei pelas tristes memórias das doces e alegres saídas e todos os tipos de aflições futuras, que (por sinal) foram curtas, minha esperança era muito grande para me permitir ficar muito tempo sob as nuvens. Além disso, meu pai era muito carinhoso e mole em outras situações, sempre me levou com ele quando minha mãe não podia ir, e não levou muito tempo até que eu ficasse satisfeita em ser abençoada por estar sob o controle de um pai tão bom e sábio que havia seguido o conselho e portanto me salvado dos males, dos quais outros em sua juventude e inexperiência foram expostos aquilo que eles pensavam que não havia mal. Ainda assim eles não foram poupados da ocupada língua de escândalo. Uma moral pode ser tirada desta história verídica. “ Crianças obedecem seus pais”, etc. E ainda, “Tenha consideração pelo seu nome, pois ele continuará com você além de mil grandes tesouros de ouro.” “Uma boa vida não tem mais do que alguns dias; mas um bom nome permanece para sempreref> Helen Mar Whitney, Scenes and Incidents, 90. (italics added)</ref>

Assim, apesar de sua reação juvenil, Helen utiliza disto como uma ilustração sobre como ela foi um pouco imatura e triste, e como ela deveria ter confiado em seus pais, e que ela, na verdade, fora protegida de problemas que decorreram de festas que ela perdera.

Helen “confessou” ter tido relações matrimoniais com Joseph?

Críticos também apresentam uma suposta “confissão” de Helen, na qual ela diz:

Eu nunca teria me selado a Joseph se eu soubesse que fora qualquer outra coisa além da cerimônia. Eu era jovem, e eles me enganaram, dizendo que a salvação de toda nossa família dependia disto.[8]

Compton caracteriza apropriadamente esta fonte, mostrando que é um trabalho de um anti-mórmon, e chama esta linguagem extrema de “suspeita”.[9]

George D. Smith diz aos leitores que isto é apenas a Helen “confidenciando”, enquanto nada faz para revelar que a proveniência da citação vem de um site hostil.[10] Newel e Avery não nos dizem nada sobre a natureza da fonte e a chamam apenas de “uma afirmação” na coleção de Stanley Ivins;[11] Van Wagoner se espelha em G.D. Smith ao maliciosamente escrever que “Helen confiou (esta informação) a um amigo próximo de Nauvoo”, sem revelar suas origens anti-mórmons.[12]

Para creditar esta história com valor, a pessoa deve também admitir que Helen disse a outros em Nauvoo sobre o casamento (algo que ela repetidamente enfatizou que não faria) e que ela contou uma história discrepante de todas as outras que ela mesma escreveu durante sua vida com uma convicta defesa do casamento plural.[13]

Visão da Helen

Helen deixou claro o porquê de ela não gostar do casamento plural, e não se referiu a relações físicas com um homem mais velho:

Eu sentia, em momentos de tentação, vendo as provações de minha mãe, vontade de me rebelar. Eu odiava a poligamia em meu coração, eu amei meu bebê mais do que meu Deus, e lamentava por isso irracionalmente...[14]

Helen está descrevendo um período durante a migração para o oeste quando (casada monogamicamente) seu primeiro filho faleceu. Helen estava chateada com a poligamia apenas porque ela viu as dificuldades passadas por sua mãe. Ela não está reclamando por sua própria experiência.

Conversão completa

Ela continuou:

Todos os meus pecados e minhas deficiências foram ampliados perante meus olhos até eu achar ter pecado além da redenção. Alguns podem chamar isso de frutos de uma mente doente. Não há nada que não tenha uma causa, seja como for, era uma viva realidade para mim. Naquele tempo eu perdi minha fala, esqueci os nomes de todo mundo e de tudo, estava vivendo em uma outra esfera, aprendendo lições que me seriam úteis no futuro para me manter no caminho estreito. Tornei-me uma pobre ruína do que eu havia sido, mas o Diabo, com toda sua astúcia, não percebeu que ele estava fortalecendo e preparando meu coração para cumprir o meu destino...
Depois de passar um dos melhores dias de minha vida, fui movida a ir falar com minha mãe. Eu sabia que seu coração estava pesado de dores e eu estava cheia do Espírito Santo. Eu falei como nunca falara antes, eu estava muito fraca para falar com aquela voz (de minha própria força), além do que, eu nunca antes falara com tal eloquência, e ela sabia que não era eu mesma. Ela ficou tão tocada que ela chorou muito até eu parar. Eu lhe assegurei que o pai a amava, mas ele tinha uma obra para realizar, que ela deveria se erguer além de seus sentimentos e buscar o Espírito Consolador, e que apesar daquilo destruir seu coração ela deveria apoiá-lo, pois ele, ao ter mais esposas, o tinha feito tão somente para ser obediente a princípios sagrados. Muito mais eu disse, e quando terminei, ela enxugou os olhos e me mandou descansar. Eu não havia me sentido cansada até que ela me disse isso, mas, em seguida, comecei a sentir-me afundar. Orei silenciosamente para ser renovada, e minha força retornou no mesmo instante...
Eu apoiei e encorajei meu marido na ordem do casamento celestial porque eu sabia que era certo. Por muitas vezes eu fui curada pela lavagem e unção, administrada pelas mães em Israel. Ainda fui poupada para poder testificar da verdade e da divindade desta grande obra; e apesar de minha felicidade ter consistido em trabalhar para aqueles a quem eu amava, o Senhor julgou prudente me privar da força física, e me ensinou a “lançar meu pão sobre as águas” e depois de muitos dias, meu espírito ansioso se regozijou com o conhecimento de que Ele tinha uma obra para eu realizar, e com Ele, eu sei que todas as coisas são possíveis...

Notas

}

  1. GDS, p. 201-202; citing Compton, In Sacred Loneliness, 500.
  2. Helen Mar Kimball, Why We Practice Plural Marriage, 23-24 cited in Andrus, Doctrines of the Kingdom.
  3. George D. Smith, Nauvoo Polygamy
  4. Todd M. Compton, “Response to Tanners,” post to LDS Bookshelf mailing list (no date), http://www.lds-mormon.com/compton.shtml (accessed 2 December 2008).
  5. Stanley B. Kimball, Heber C. Kimball: Mormon Patriarch and Pioneer (Urbana: University of Illinois Press, 1981), 98. See also Stanley B. Kimball, "Heber C. Kimball and Family, the Nauvoo Years," Brigham Young University Studies 15/4 (Summer 1975): 465.
  6. "Helen Mar Kimball Whitney 1881 Autobiography," Appendix I in Helen Mar Whitney, A Woman's View: Helen Mar Whitney's Reminiscences of Early Church History, ed. Jeni Broberg Holzapfel and Richard Neitzel Holzapfel (Provo, Utah / Salt Lake City, Utah: BYU Religious Studies Center, distributed by Bookcraft, 1997), 486.
  7. Helen Mar Whitney, A Woman's View: Helen Mar Whitney's Reminiscences of Early Church History, ed. Jeni Broberg Holzapfel and Richard Neitzel Holzapfel (Provo, Utah / Salt Lake City, Utah: BYU Religious Studies Center, distributed by Bookcraft, 1997), 486–487.
  8. Catherine Lewis, Narrative of Some of the Proceedings of the Mormons (Lynn, MA: n.p., 1848), 19.
  9. Todd Compton, In Sacred Loneliness: The Plural Wives of Joseph Smith (Salt Lake City: Signature Books, 1997), 195. ( Index of claims )
  10. George D. Smith, Nauvoo Polygamy: "...but we called it celestial marriage" (Salt Lake City: Signature Books, 2008), 202. ( Index of claims , (Detailed book review))
  11. Linda King Newell and Valeen Tippetts Avery, Mormon Enigma: Emma Hale Smith, 2nd edition, (Urbana and Chicago: University of Illinois Press, 1994), 147. ISBN 0252062914. ISBN 978-0252062919.
  12. Richard S. Van Wagoner, Sidney Rigdon: A Portrait of Religious Excess (Salt Lake City, Signature Books, 2005), 293. (Reviews)
  13. On Helen’s authentic statements, see Helen Mar Whitney, A Woman’s View: Helen Mar Whitney’s Reminiscences of Early Church History, ed. Jeni Broberg Holzapfel and Richard Neitzel Holzapfel (Provo, UT: BYU Religious Studies Center, 1997), ix–xliii.
  14. Augusta Joyce Crocheron (author and complier), Representative Women of Deseret, a book of biographical sketches to accompany the picture bearing the same title (Salt Lake City: J. C. Graham & Co., 1884).