Pergunta: Por que a Igreja ensina que o dilúvio foi um evento global?

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Pergunta: Por que a Igreja ensina que o dilúvio foi um evento global?

Sem dúvida, o dilúvio sempre foi tratado como um evento global, e é ensinado pelos líderes da Igreja

Sem dúvida, o dilúvio sempre foi tratado como um evento global, e é ensinado pelos líderes da Igreja. Isso nunca mudará, pois baseia-se em uma leitura simples das escrituras. O desafio vem para aqueles que examinam dados científicos que mostram a diversidade da vida vegetal, animal, e dos milênios necessários para alcançar tal diversidade. A história de um dilúvio global, então parece estar em desacordo com os dados científicos, o que pode encorajar alguns não só a duvidar das escrituras, mas até mesmo questionar a existência de Deus. Portanto, pode-se acreditar que o dilúvio de Noé tenha sido de alcance limitado, e ainda assim aceitar o que é ensinado na igreja? Este artigo examina as escrituras do ponto de vista dos profetas que escreveram a história do dilúvio, a fim de responder a esta pergunta.

Deve-se examinar as escrituras do ponto de vista dos profetas que escreveram a história do dilúvio

Embora esta crítica é dirigida à Igreja Mórmon, é também dirigida a qualquer pessoa que acredita na leitura bíblica do velho testamento. Os Líderes Santos dos Últimos Dias ensinaram no passado o conceito de um dilúvio global com base em tal leitura. Embora a ideia do dilúvio global tenha sido usado como um exemplo, os líderes da Igreja nunca declararam que a crença em um dilúvio global fosse necessária para a salvação.

Gênesis 7:19-23 diz:

19 E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu, foram cobertos.
20 Quinze côvados acima prevaleceram as águas; e os montes foram cobertos.
21 E expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado e de feras, e de todo o réptil que se arrasta sobre a terra, e todo o homem.
22 Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia em terra seca, morreu.
23 Assim foi destruído todo o ser vivente que havia sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; foram extintos da terra; e ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.


Uma referência semelhante à destruição de toda a carne sobre a Terra é encontrada nas escrituras dos Santos dos Últimos Dias, em Moisés 8:25-30. Essas passagens têm sido interpretada com o significado de que o mundo inteiro foi coberto por água (embora alguns têm apontado que o leitor questiona-se como "os montes foram cobertos" a "quinze côvados" de profundidade-cerca de 23 pés). A razão principal para esta interpretação global é o uso da palavra "Terra". Quando os leitores modernos vêem a palavra "Terra", eles visualizam toda a esfera terrestre.

Dr. Duane E. Jeffery elabora:

"Uma questão crítica na história do Dilúvio na Bíblia King James tem a ver com a tradução das palavras hebraicas "eretz" e "adamah" como significando toda a "terra." O que esses termos realmente significam? É de amplo reconhecimento que a língua hebraica é maravilhosa para os poetas, uma vez em que cada palavra possui vários significados. Porém essa característica faz com que a língua se torne horrível para a tradução com precisão. Como se vê, "eretz" e "adamah" podem ser uma referência geográfica semelhante ao que costumamos dizer com "a Terra". Mas não é claro que os ancestrais possuíam o conhecimento de que a Terra é esférica, como você e eu temos. Muitos estudiosos afirmam que os escritores da Bíblia pensavam que a Terra era plana e coberta por um firmamento em forma de em que as janelas do céus foram, literalmente, cortadas." [1]

O conceito de que a Terra é esférica "não apareceu no pensamento judaico até o século XIV e XV

Na verdade, o conceito de que a Terra é esférica "não apareceu no pensamento judaico até o século XIV e XV". A palavra "terra", [2] usada na Bíblia, refere-se a terra firme, ou ao oposto de água (ver Gênesis 1:10 - "Deus chamou a terra a terra seca; e as águas ele chamou de mar .... "). É possível que os profetas anteriores tiveram uma visão mais avançada da natureza da terra - esta perspectiva poderia, no entanto, ter-se perdido a séculos e escribas posteriores.

O conceito de um dilúvio global tornou-se ainda mais reforçada no seio da Igreja pelo fato de que os profetas e apóstolos modernos ensinaram que o dilúvio lavou a maldade da Terra

O conceito de um dilúvio global tornou-se ainda mais reforçada no seio da Igreja pelo fato de que os profetas e apóstolos modernos ensinaram que o dilúvio lavou a maldade da Terra. Por exemplo, em 1880, o Élder Orson Pratt afirmou que Deus "exigiu o batismo do mundo por um fluxo de águas, e todos os seus pecados foram lavados, nem um pecado remanescente."[3] Joseph Smith Jr. ensinou que Noé nasceu para salvar as sementes de tudo, quando a Terra foi lavada da sua maldade pela enchente. [4] Tal maldade poderia incluir a maldade do homem, ou pode implicar a necessidade de a própria terra necessitar um tipo de batismo.


Notas

  1. Duane E. Jeffery, "Noah’s Flood: Modern Scholarship and Mormon Traditions," Sunstone no. (Issue #134) (October 2004), 31–32. off-site Jeffrey notes that ideas of a global flood may have resulted from a widespread local problem. A current hypothesis that has been gaining ground since 1998 is that a significant flooding event occurred in the area now occupied by the Black Sea. Evidence has been discovered which has led a number of researchers to believe that the Black Sea area was once occupied by a completely isolated freshwater lake at a much lower level than the ocean. The theory is that the sea level rose and eventually broke through the Bosporus shelf, resulting in a rapid flooding event which would have wiped out all life living along the shores of the lake (see p. 34). Whether this is the source for the Genesis flood remains conjecture.
  2. Duane E. Jeffery, "Noah’s Flood: Modern Scholarship and Mormon Traditions," Sunstone no. (Issue #134) (October 2004), 30. off-site
  3. Orson Pratt, "The Earth's Baptism In Water," (1 Aug. 1880) Journal of Discourses 21:323.
  4. History of the Church 1:283; Evening and Morning Star, August 1832.